COMO IDENTIFICAR E SOLUCIONAR CONFLITOS NO CONDOMÍNIO

Conflitos são comuns em todos os aspectos das nossas vidas. Afinal, vivemos em comunidade, e compartilhar o mesmo espaço, momentos e despesas com pessoas que têm pensamentos, crenças, rotinas, estilos de vida distintos não é tarefa fácil. Portanto, para tornar a convivência mais agradável, precisamos aprender a lidar com essas diferenças.

Com o objetivo de promover a boa convivência e evitar que conflitos surjam, somos regidos por leis que estabelecem limites. E para garantir que essas leis sejam cumpridas e a ordem mantida, existem pessoas que se dedicam a fiscalizar e mediar os problemas. Em nível social, essas pessoas são: governadores, prefeitos, juízes. Já nos condomínios, esse papel fica com o síndico, que se torna o representante dos moradores e responsável por manter o bem comum.

Em proporções menores, os condomínios são uma espécie de comunidade, um recorte da sociedade, onde pessoas diferentes precisam conviver em harmonia, compartilhando o mesmo espaço. Nesse caso, as principais leis a serem observadas são as convenções do condomínio e seu regulamento interno. E o síndico é que tem a função de até mesmo, se for cabível, punir com multas condominiais aqueles que infringirem essas normas.

 

Como identificar os conflitos

Como falamos, o papel do síndico, como gestor desta comunidade, é prevenir e focar na solução dos conflitos. Para isso, é importante que ele esteja a par das leis que regem os condomínios e, principalmente, da convenção e do regulamento interno. É a partir destes documentos que será possível identificar quais assuntos competem ou não a ele como síndico intervir e como pode se portar frente a estes embates, buscando resolvê-los ou ao menos amenizá-los.

Isso significa que haverá situações em que é vedada a sua interferência, pois o síndico é responsável pelo bem-estar comum, por questões que competem ao condomínio e à convivência entre os condôminos. Ele não tem autoridade para intervir em questões particulares, a menos que elas atrapalhem a convivência e a paz entre os demais moradores.

 

Principais causadores de discussões

Nos condomínios, existem algumas fontes de discórdia que são mais comuns do que outras. E para que você, síndico, possa se adiantar e trabalhar na prevenção desses embates, reunimos algumas delas neste texto, como é o caso do chamado 5 Cs:

– Calote;
– Cano;
– Cachorro;
– Carro;
– Criança.

Antecipe-se aos conflitos

Não existe solução melhor para resolver uma confusão do que evitá-la. Por isso, a principal dica é: adiante-se! Grande parte dos conflitos que ocorrem em condomínios são por falta de comunicação e de conhecimento das leis que o regem.

Como síndico, você deve entender que, assim como na sociedade, existem pessoas leigas, que desconhecem algumas regras de convivência. E nos condomínios acontecerá o mesmo. Seja por falta de tempo para ir atrás ou de interesse, a maioria das pessoas acaba não lendo as convenções e regimentos.

Então, para estimular o conhecimento dessas leis e manter a ordem, faça folhetins periódicos informativos. Além de diminuir conflitos por conscientizar as pessoas sobre o que podem ou não fazer, facilitará na hora que for necessário mediar os problemas, já que as regras estão à disposição de todos.

Por exemplo, se um condômino não sabe que é proibida a circulação de cães sem guia pelo pátio – e que descumprir essa regra pode causar incômodo aos demais moradores -, procure apresentar todas as normas de forma clara e em locais de fácil acesso. Ter um informativo em mãos no momento certo pode evitar uma discussão.

Além disso, é interessante adotar um livro de ocorrências, onde você pode anotar as reclamações e sugestões dos condôminos e levá-las às assembleias para serem debatidas.

 

E se o conflito já tiver iniciado?

Apesar dos seus esforços, haverá situações que só chegarão ao seu conhecimento após o tumulto já estar instalado. E você precisa estar preparado caso isso ocorra.

Após identificar se você tem autonomia para intervir na situação como mediador, tente conversar com as partes. A prioridade é sempre promover a política da boa vizinhança. Por isso, o ideal é, em primeiro lugar, promover uma conversa. Se não funcionar, você pode advertir os moradores envolvidos e, como última opção, multá-los.

Portanto, para tornar-se síndico, é importante ter um perfil de líder e ser capaz de resolver situações desconfortáveis e de conflito da forma mais imparcial possível. E para estar cada vez mais preparado para assumir esse papel, você pode contar com o Secovi/RS, que oferece capacitações para auxiliar os síndicos nessa jornada. Além disso, quando surgirem dúvidas quanto a interpretações legais, você pode contar com a orientação jurídica do nosso sindicato.

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