Artigo – Cidades: o digital pedindo passagem

As cidades, em constante transformação, necessitam de um olhar integrado entre gestão pública e privada para atingir bons resultados na visão de muitos. Com isto, conforto e praticidade estariam alinhados pelo emprego desta consciência coletiva. Mas, hoje, já podemos observar uma segunda onda de convergência para a satisfação plena dos seus habitantes para um melhor funcionamento das cidades, seja pelo sistema viário ou por sua
arquitetura.

Estamos aqui falando da introdução do digital em detrimento do analógico. Por exemplo, o despertar dos aplicativos de mobilidade que contribuem, em parte, para diminuir o uso de estacionamentos ou até mesmo o número de carros de passeio nas ruas, requer vias mais livres, sem estacionamento em ambos lados para agilizar o embarque e desembarque. Vias que contam com o transporte público que requer pontos de parada precisam ser revistas com urgência, pois é inaceitável que disponham de estacionamento, mesmo que em um dos lados.

E, para a fluidez, muito pela migração de passageiros dos ônibus e lotações para os aplicativos, o número e a distância entre paradas pode ser melhor avaliada. Também, a legislação do uso de áreas públicas, como calçadas, praças e até mesmo ruas (parklets), merecem ser bem flexíveis para atender novos perfis de consumo e convivência. Estas, igualmente influenciadas pelo meio digital, seja pela tele entrega ou take away. Inclusive, todos os incentivos para manter a convivência e permanência das pessoas nas calçadas alegram a cidade e reforça a sensação de segurança e organização de ruas e bairros. O respeito quanto a limpeza e vizinhança deve acompanhar este novo
perfil de consumidor. Um pensamento antiquado e burocrático pelo não entendimento destas necessidades soa como vírus no mundo digital moderno do livre mercado.

A pandemia reprimiu, mas não afugentou a veia empreendedora dos porto-alegrenses. Estamos observando a abertura de novos comércios de rua, embelezando a cidade e trazendo mais harmonia e identidade para ruas e bairros. O Mercado imobiliário, tanto pelas operações de locação como a da compra e venda estão aquecidos e também buscando, através das construtoras, imobiliárias e profissionais do meio, falar a mesma língua da juventude comerciante e para os que estão buscando, em paralelo, novo endereço de moradia, mais perto dos novos nichos de consumo e dos locais de trabalho. Precisamos, portanto, maior conexão entre tudo isto, agora.

Artigo do Empresário Rafael Nenê,  Vice-Presidente do Secovi-RS

19 nov, 21

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