Jovens solteiros convictos da era digital são os novos demandantes do morar

Há algo mais profundo por trás de tudo isso. Tudo começa em 1985 quando a geração Y, os millennials nasceram. Essa geração entrou na fase adulta a partir de 2003, quando completaram 18 anos e a primeira providência que tomaram foi a de não se casarem cedo e não terem filhos cedo.

No caso dos homens, a maioria só sai da companhia dos pais a partir dos 38 anos, e as mulheres a partir dos 35 anos. Isso criou a primeira geração de solteiros convictos, potencializados pela revolução digital ocorrida a partir de 2007 com a chegada dos smartphones.

Seus pais são da geração X, nascidos entre 1965 e 1979, sempre foram muito empreendedores e compraram muitos imóveis: um para viver na cidade, outro para aproveitar a praia, mais um no campo para as temporadas de inverno, e finalmente, outro para exercer atividade comercial na cidade. Eles tiveram no máximo dois filhos, mas muitos tiveram apenas um filho.

O resumo é: não existem motivos para que millennials filhos únicos com pretensão de se casarem mais tarde (ou até de não se casarem), de terem apenas 1 filho (ou não terem filho), ou ficarem apenas com um pet, saírem da casa dos pais.

Isso a não ser que o morar se adapte às novas necessidades deles.

Primeiro eles não querem mais comprar imóveis e sim alugar, não importa o poder de compra que possuam, não é uma questão financeira e sim de prioridade. E segundo, eles são minimalistas, ou seja, não querem imóveis grandes com muitas despesas para pagar (isso também independe das suas rendas), e com muitas tarefas de limpeza e manutenção. Esta é a primeira geração inimiga dos condomínios cheios de itens na área de lazer e que só fazem o condomínio ter um custo maior. O lazer para eles está quase que inteiro na internet (games, comunicadores instantâneos e redes sociais) ou em estar em contato com a natureza tais como passeios por deslocamentos regionais em lagos, praias, cachoeiras e reservas naturais.

O morar precisa se adaptar urgentemente a estes jovens ou jamais sairão da casa dos seus pais, e não é culpa deles. Não adianta jogar a culpa no suposto comodismo destes jovens, eles não são acomodados, é preciso entender a necessidade deles e adaptar novas moradias ao que eles precisam. Eles só não querem viver como seus pais viveram, pagando várias taxas de condomínios dos muitos imóveis que compraram. Eles valorizam os pets, a natureza, os serviços digitais e o minimalismo e descartam casar-se cedo, ter filhos, carros ou comprar imóveis.

 

Fonte: Datastore

15 ago, 22

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