Mulheres são maioria entre pessoas que moram sozinhas em Porto Alegre, diz pesquisa

Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) mostram que a maioria das pessoas que moram sozinhas em Porto Alegre são mulheres. É a capital brasileira com a maior proporção de mulheres em relação a homens que moram sozinhos. Os dados compreendem o ano de 2021.

Segundo o levantamento, havia 619 mil domicílios em Porto Alegre, dos quais 168 mil eram ocupados por um único morador nas chamadas unidades domésticas unipessoais. Dessas 168 mil, 57,1% eram ocupadas por mulheres em 2021, o que corresponde a 96 mil domicílios.

 

Hipóteses para isso

O pesquisador e professor do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da PUCRS André Salata afirma que a tendência de alteração nas configurações familiares já era conhecida e um dos tipos que ganhou espaço é a família unipessoal. O que não é possível é apontar uma razão principal que explique a maioria de mulheres nessa configuração na Capital, mas aponta algumas hipóteses: escolaridade, questões culturais e econômicas.

Em dez anos, o percentual de unidades unipessoais em relação ao total de domicílios passou de 20,8%, em 2012, para 27,1% em 2021 na Capital. Considerando o estado como um todo, eram 4,3 milhões de domicílios em 2021, contra 3,8 milhões em 2012. Nesse período, a proporção de unidades com apenas um morador passou de 14,8% para 18,3% do total.

“Tem uma questão que acompanha a da escolaridade que é a questão cultural. Conforme as pessoas se tornam mais escolarizadas, elas seguem menos as tradições, começam a questionar mais as tradições, questionar mais as expectativas que são mais tradicionais em relação ao papel de mulher, ao papel de homem”, diz Salata.

Dessa forma, em regiões onde a escolaridade é maior, há “uma mentalidade e uma cultura mais aberta a esse tipo de família que não é exatamente aquela conhecida como tradicional”.

Dentre as mudanças culturais que vem acontecendo ao longo dos anos está a aceitação do divórcio, maior protagonismo feminino, o fato das mulheres passarem a ter menos filhos. Salata ressalta ainda fatores econômicos a serem considerados, uma vez que essas mulheres passam a ter uma condição que as permite ter uma vida mais independente.

27 jul, 22

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