CIVILIDADE À PROVA

Por: Moacyr Schukster, Administrador, Corretor e Presidente do Secovi/RS-Agademi

A época em que vivemos tem nos encaminhado a buscar na História situações com alguma similaridade. E elas não são poucas: epidemias, guerras, climas adversos e por aí vai. Conhecer o passado ensina. A humanidade, por falta de alternativa, teve de enfrentar e conviver com circunstâncias difíceis. As baixas somaram milhões.

Nem em todas as batalhas se chega à vitória nos confrontos. Isso é indiscutível, e uma boa reflexão faz emergir uma constatação irrecorrível: a necessidade de união de esforços para que se atinjam os resultados desejados. É o que caracteriza o homem. Pensar com inteligência e reconhecer que estamos na mesma embarcação, aproveitando da melhor forma o vento e agindo adequadamente quando de dramáticas calmarias. O exercício da empatia deve prevalecer, e, assim não sendo, os desideratos não serão alcançados. Resiliência é uma palavra constante em nossos dias, sua significação motiva e a ter em mente nos empodera. Como disse o General Colin Powell, “Não há como matar o dragão sempre. Às vezes, ele vence”, o que empurra a uma nova empreitada, aperfeiçoando-a até lograr êxito.

Alguém tenderá a pensar que, instado a ficar em casa, sua jornada é apenas pessoal. Não deve ser simplesmente assim. Está a obrigação para evitar aglomerações. Mas a preocupação com outrem continua importante. Lembre-se da máxima do Profeta Hilel: “Se eu não fizer por mim, quem o fará; se eu fizer apenas por mim, que serei eu? Se não agora, quando?” Não há como integrar uma sociedade egoisticamente e supor que ela vá lhe retribuir com generosidade. Pensar nos demais enriquece, e se colocar logo em ação, supõe-se, favoreça a força da criatividade e das realizações.

O noticiário nos dá conta de que existem pessoas que ainda não entenderam o perigo a que todos estamos expostos. Mandados para casa e para que lá fiquem em resguardo, ignorando as recomendações, vão passear por aí e, inclusive, indo à praia. E de lá só saem por “persuasão” da autoridade. Incrível! A imprensa tem batido no tema diariamente. Alegar ignorância beira o inconcebível.

Civilidade é do que tratamos. Formalidades, atos e palavras que servem para mostrar mútuo respeito e consideração entre as pessoas, segundo o Houaiss. Em tempos de pandemia, mais do que nunca, a adoção rigorosa desses preceitos de fidalguia obrigatoriamente viram balizadores, e sua bússola aponta sempre para o norte da colaboração, da paciência e da compreensão.

Resta a delicada questão das perdas econômicas e financeiras, as quais, mesmo homens de muito boa vontade têm de enfrentar. Cada negócio foi criado dentro da dinâmica da sociedade, e sua paralisação provoca prejuízos consideráveis, nem sempre assimiláveis com facilidade. O bom senso induz à partição entre todos os segmentos. Mas, mesmo o bom senso não conhece o fluxo de caixa de cada pessoa ou de cada empresa. Num mecanismo gigantesco, como o da economia de um país, de um estado ou de um município, guardadas as devidas proporções, o exame será caso a caso. Os erros, os enganos e as injustiças, dessa maneira, seriam menores.

Não se sabe até quando a pandemia vai nos atrapalhar, e fica patente que existe um imperativo, o de aprendermos a lidar com ela. Consultores, ases da criatividade, cientistas e aqueles que enxergam mais claramente as luzes estão convidados a prestar sua valiosa ajuda.

Estamos em uma prova na qual temos de nos sair airosamente. Quando a tormenta passar, teremos do que nos orgulhar.

05 Maio, 20

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